Como estudar para vaga cientista de dados concurso Petrobras

A Petrobras abriu processo seletivo com 165 vagas (33 efetivas + 132 cadastro de reserva) para a vaga de cientista de dados, com provas previstas para fevereiro de 2022.

Acompanhe abaixo um excelente material sobre como se preparar para esse concurso.

Introdução

Existem dois mitos que destroem performances na preparação para concursos:

– Quanto mais assuntos estudar, mais preparado o candidato fica.

– Quanto mais questões resolver, mais preparado o candidato fica.

O ponto chave que desmente as afirmações acima é a diferença entre qualidade e quantidade. Eu suponho que a grande maioria prefira jogar futebol, jogar videogame, assistir Netflix, do que estudar. No entanto, quase todos também vão admitir que o estudo nem sempre é uma coisa penosa, pois ele também proporciona certo prazer, o prazer em aprender, adquirir o conhecimento. Muitas vezes esse prazer é o que nos impulsiona a prosseguir. Infelizmente, é aqui que mora o perigo.

É muito mais prazeroso aprender algo novo do que revisar e decorar algo que já se sabe. As coisas novas acrescentam e, por isso, nos passam a ideia de progresso. Ler a mesma coisa dois dias seguidos passa a ideia de redundância, perda de tempo. Temos naturalmente essa tendência de ‘progredir’, ir para frente, não sabendo que o psicológico muitas vezes nos trai.

Por exemplo: vejo muitos revisando TUDO duas semanas antes da prova. Isso não é nada eficiente. Sinceramente, o que eu considero estudo eficiente é aquele que faz o conhecimento se alojar na sua cabeça e estar disponível no dia da prova. Para isso, um procedimento enfadonho precisa ser seguido: repetição constante. Eis abaixo como eu estudei para ser aprovado no concurso da Petrobras, de forma geral:

Ordem de estudo e processo de revisão

Primeiramente, estudo a teoria. Faço um resumo com minhas próprias palavras sobre o assunto que estudei, anoto as principais equações (se houver), pensando com a mente de quem elaboraria uma prova (como esse assunto poderia ser cobrado).

Por exemplo, imagine que você está vendo o vídeo sobre o algoritmo KNN. Você escreve com suas próprias palavras algumas frases que ajudem a lembrar do conceito geral do algoritmo, pensa e anota as consequências sobre variações nos parâmetros (o que acontece se aumentar ou diminuir o valor de k)? Imaginando coisas que uma banca poderia cobrar.  

Logo após ter terminado o assunto pelos materiais que tinha à disposição e tendo já pronto o resumo daquele assunto, resolvo questões de provas referentes àquele assunto. Importante destacar que o resumo é o meu guia mestre. Entenda esse ponto: tudo que está no resumo é o que eu PRECISO saber no dia da prova, ou seja, aquela folha precisa estar inteira na minha cabeça. Isso é fácil de se conseguir no momento em que se termina de estudar determinado assunto, pois é o instante em que esse conhecimento está mais fresco possível. Por isso, é um bom momento de fazer questões a respeito, pois vai mostrar se o que você estudou servirá ou não para a prova. Aqui você define se terá que estudar mais esse assunto no futuro, ou se já está adequado.

Terminada essa etapa, começo a estudar um novo assunto, seguindo o mesmo procedimento.

Porém, quando começo outro assunto em outra semana, pego pelo menos 1 ou 2 dias para reler o meu resumo do assunto anterior e decorá-lo. Geralmente o conhecimento ainda está fresco, passando a aparência de perda de tempo, mas é aqui que está o segredo. Seu cérebro assimila muito melhor ao se revisar assim, e vai entendendo que aquele conhecimento é importante. Aquele conhecimento vai sendo pouco a pouco transportado da sua memória RAM para a memória ROM. 

Para saber se aquele resumo está ou não na minha cabeça eu olho por cima os títulos e tento lembrar as definições, as equações relacionadas etc. antes de vê-las. Se eu lembro, está ok. Se não lembro e preciso tirar a mão da frente para ler e lembrar, significa que aquilo não está na minha cabeça. Então me esforço novamente para inserir aquilo no meu cérebro, para que semana que vem eu saiba antes de olhar. Assim vou fazendo até terminar todos os assuntos do edital.

Notem que é um processo cumulativo. Cada dia que passa você tem mais coisas para relembrar, ou seja, tem menos tempo para estudar coisas novas. Isso precisa ser previsto na organização dos temas: o que você vai estudar primeiro. Eu geralmente faço uma hierarquia das coisas que dependem umas das outras, colocando conhecimentos que servem de ponte para outros. Por exemplo, no caso do concurso para ciência de dados, seria algo como: regressão linear antes de gradiente descendente; gradiente descendente antes de redes neurais etc. A organização dos conteúdos no combo já passa uma bela noção de hierarquia, conhecimentos que servem como base para outros.

Com o tempo, se um assunto já está completamente solidificado na sua cabeça, você pode se dar ao luxo de revisá-lo em períodos mais espaçados, como de mês em mês, para não sobrecarregar seu tempo. 

O objetivo é alojar a maior quantidade de conhecimento possível no seu cérebro; conhecimento de fácil acesso, disponível e de qualidade. É um processo de realimentação constante. 

Quando eu digo “disponível”, quero dizer um conhecimento que você tem a resposta quase imediata, sem precisar confabular muito.

É impossível recordar tudo que você estudou sem efetuar esse procedimento que mencionei. Estudando um universo de coisas e revisando tudo nas vésperas da prova você vai reter muito pouco. É pura ilusão. Não adianta depois reclamar: “isso eu já vi, mas não lembro exatamente se era assim ou assado”. Quanto mais acessível estiver o conhecimento, menos tempo você perde na resolução da questão. Não tem que parar e pensar, apenas mata e vai para próxima. 

Tem gente que faz resumos, mas não lê. Tem gente que resolve 700 questões, mas não as refaz. Anotem isso: ninguém vai perguntar no dia da prova o que você leu ou quantas questões você resolveu. Ninguém vai pedir para ler os seus resumos. Apenas serão cobrados os assuntos. Se você não souber naquele exato instante, de nada serviu ter investido tempo estudando aquilo. Foi tempo jogado fora.

Por isso que eu digo: fujam da quantidade, foquem na qualidade! 

Logo após ter vários resumos prontos, eu gastava 1 dia inteiro (manhã, tarde e noite) para revisar todos. Isso porque quase todos já estavam estancados na minha cabeça, permitindo uma revisão veloz. Ao todo, eu acumulei dezenas de folhas frente e verso; e podia garantir que qualquer vírgula de qualquer daquelas folhas estava na minha cabeça. É um método simples, mas eficiente. Não tem mágica e não precisa ser gênio. Basta ter disposição.

Mas voltemos à tática de estudo. Depois de terminar a parte teórica com exercícios imediatos (estudo diário) eu comecei a fazer questões variadas, sobre vários assuntos distintos todos os dias. Sempre, é claro, lendo e relendo meus resumos, independente de já ter decorado aquilo ou não. Pouco a pouco os resumos foram se encorpando mais, pois quando aparecia uma questão que eu não sabia e depois aprendia a fazer, acrescentava aquele conhecimento no resumo. Eu também fui anotando as questões que eu achava boas de se refazer, tanto pela questão do tempo como da dificuldade. 

Dessa forma, você garante que tudo o que estudou foi útil. Cada questão, cada novo conhecimento, passou pelo filtro da seleção, foi para sua memória ROM e estava disponível para você no dia da prova. É evidente que a prova vai cobrar apenas uma fração de tudo que você sabe, e vai cobrar ainda coisas que eventualmente você não sabe. Mas aqui é que entra a quantidade. Quanto mais conhecimento fixo na sua cabeça para o dia da prova, menos surpresas irão aparecer. 

Quantidade é bom sim, desde que ela não seja passageira. Tudo que entra tem que ser para ficar. E para ficar, não tem outra: é repetir e repetir. 

Gostaria de destacar que a menção sobre ‘semana’, ‘dia’ ou ‘mês’ varia muito de quanto tempo você tem. No meu primeiro concurso, eu tinha apenas 3 semanas para começar do zero. Segui esse mesmo procedimento, mas com todos os prazos reduzidos. Abordei pouca coisa, tive que abrir mão de muitos assuntos, mas cuidadosamente selecionei o que era mais importante saber e estudei aquilo com foco. Foi o suficiente para ser aprovado. Já para o segundo concurso eu tinha mais tempo, então o procedimento foi seguido com mais folga.

Estabelecendo metas

Importante: estabeleça metas diárias, semanais e mensais. Por exemplo: “segunda feira vou estudar cálculo na teoria, parte de limites e derivadas. Terça vou estudar cálculo na teoria, parte de integrais. Quarta vou estudar cálculo na teoria, parte vetorial. Quinta e sexta vou resolver 30 exercícios de cálculo, 15 cada dia”. Estou apenas chutando valores aqui, cada um estabelece sua meta de acordo com o tempo que tiver.

Traçando uma meta, você tem tarefas garantidas todos os dias. Se não bater a meta em um dia, vai ter que correr para bater a meta da semana. Se não bater a meta da semana, vai ter que correr para bater a meta do mês. 

Façam metas coerentes e razoáveis. Botar metas impossíveis vai ter efeito contrário, pois quando você não conseguir cumprir, a tendência vai ser desistir. Com metas moderadas, um possível desempenho acima da meta pode gerar mais ânimo e incentivo. Com as metas em mãos, você pode tomar decisões simples no dia a dia, como por exemplo: “só vou sair no sábado para aquele evento se conseguir bater a meta dessa semana”. 

Sugiro gastar os primeiros dias organizando e definindo bem as metas de todos os dias até o dia da prova. Caso haja necessidade, redefina suas metas ao longo do tempo, mas sempre tenha uma meta pessoal. Isso te ocupa e te direciona.

Evitando erros tolos

Apenas para acrescentar, eu sempre fui uma pessoa que erra muita besteira por desatenção. Por isso, desenvolvi uma tática para evitar esses erros. Sempre que eu errava uma questão em casa, anotava o erro e o motivo do erro. Fiz algumas folhas só com isso, que faziam parte dos meus resumos para revisão. Com o tempo, fui percebendo que costumava esquecer detalhes como multiplicar/dividir por raiz de 3 (muito usado em questões de eletricidade), entre outros. Solução: no resumo que envolvia o tópico, eu colocava do lado de uma respectiva equação: NÃO ESQUECER O RAIZ DE 3!! Bem assim, grande e destacado. Esse tipo de chamada tosca de atenção reduziu muito meus erros. Afinal, sempre que eu iniciava uma questão daquele tópico, aquela frase grande pipocava na minha mente e me impedia de esquecer este detalhe. Pouco a pouco algumas falhas eu não cometia mais. Foi muito útil.

Resumo da estratégia de estudos

Agora que já mencionei de forma bem ampla minha estratégia, podemos detalhar de forma prática seguindo uma linha do tempo:

  1. A primeira coisa que você deve fazer é pegar um calendário e pensar quantas horas de estudo você terá aproximadamente em cada dia até a prova. Por exemplo: 2 horas à noite de segunda a sexta, 8h no sábado (manhã e tarde) e 1h no domingo pela manhã. Isso é apenas um exemplo. Marque as datas que você já sabe que possui compromissos que não pode cancelar e tenha uma boa visão do seu tempo de estudo.
  2. De todos os assuntos cobrados no edital que estão em nosso combo, separe quando você irá estudar cada tópico, estimando o tempo de cada um pelo tempo de aula. Por exemplo, o tema aprendizado supervisionado x não supervisionado é um vídeo curto, pois é um tópico rápido. O vídeo sobre redes neurais é longo. Então alguns dias você vai estudar vários assuntos, e talvez um único assunto pode levar vários dias. Ao estudar teoria, estime o dobro ou triplo de tempo em relação ao vídeo. Por exemplo, se um vídeo tem 10 minutos de duração, estime pelo menos 20 minutos de estudo, pois além do tempo de visualização você ainda precisa pensar, rever algum trecho, fazer o resumo e eventualmente ainda pesquisar algo específico na internet para complementar, caso julgue necessário. Repare que essa etapa de organização vai levar bastante tempo, mas é muito importante. Não considere como tempo perdido, é uma organização que irá tornar seu estudo muito mais eficiente por permitir a criação de metas e uma visão bem ampla do todo. Sobre os tópicos do edital que não estão no nosso combo, recomendo prever um tempo generoso dado a incerteza de conseguir achar algo bom rapidamente. Obs: a quantidade de assuntos que irá caber em cada dia de estudo vai depender bastante também de seus conhecimentos prévios. Aulas sobre assuntos que você já domina podem ser vistas em alta velocidade, com resumos menores. Se você tem uma base fraca em matemática, esses tópicos vão precisar de um tempo mais generoso. E assim por diante. Essa avaliação é muito individual. Para finalizar, sua organização de tempo de estudo por dia também deve prever resolução de exercícios e revisões. Estime que cada hora de estudo teórico deve ter, pelo menos, uma hora equivalente de exercícios. Esse tempo de exercícios não será apenas para resolver questões, mas também para pesquisar sobre as questões que você não sabe resolver ou que errou. Obviamente, isso é apenas uma estimativa, em alguns casos você precisará de menos tempo para os exercícios, em outros casos mais. Não tome esses valores como regra. Retenha os princípios e adapte para cada caso. Estime também o tempo para as revisões. Por exemplo, se você tem algumas horas para estudo todos os dias, reserve alguns minutos diariamente para revisar o estudo do dia anterior, e um tempo maior no final da semana para revisar todo o conteúdo da semana. Gradativamente estime que esse tempo para revisões vai aumentando com o passar dos dias, pois mais assuntos serão acumulados. O tempo vai depender muito de cada caso. Assuntos que você já domina precisarão de menos tempo de revisão, mas se tudo é muito novo para você, considere que mais tempo precisará ser dedicado. Falarei mais sobre isso logo a seguir.
  3. Agora que você já tem uma boa ideia de tudo que precisa ser estudado e do seu tempo disponível, chegou a hora de escolher suas prioridades. Talvez você tenha chegado à conclusão de que não conseguirá estudar tudo até o dia da prova. Isso aconteceu comigo no meu primeiro concurso e não é sinal para pânico. Faça escolhas sábias sobre o que deixar de lado. Por exemplo, um tópico que é amplo demais, será cobrado apenas uma questão e você ainda acha complicado, é um bom candidato para ser deixado de lado. Para ter uma ideia sobre quantas questões são cobradas e o nível de profundidade, o ideal é analisar provas antigas (sem resolver as questões, apenas ler por cima para analisar de forma geral). Infelizmente não temos provas antigas de cientista de dados da Petrobras, mas a Cebraspe já realizou provas para cargos semelhantes em outras instituições. Inclusive, cargos bem genéricos (como Polícia Rodoviária Federal) elaborados pela Cebraspe tiveram no edital assuntos relacionados a ciência de dados. Então é sua tarefa pesquisar bastante por questões dessa banca relacionadas aos tópicos do concurso para poder fazer esse filtro de prioridades.
  4. Nesse momento, você já possui um excelente overview sobre seu organograma de estudos. Mas ainda não é hora de elaborar as metas até o dia da prova. Você precisa de uma experimentação. Estabeleça metas para uma semana e veja se conseguiu executar conforme o previsto. Veja quanto tempo levou para fazer os resumos, revisar etc. Tendo isso mais calibrado, você pode avançar para a próxima etapa.
  5. Estabeleça a meta completa de estudos. Essa meta deve ter quais tópicos serão estudados em cada dia, até o dia da prova. Dessa forma, você vai conseguir determinar para si mesmo se está no ritmo certo ou não. Se algum dia acontecer um imprevisto e você perder tempo de estudo, sabe exatamente quanto precisa compensar. Se algum dia ganhar tempo, sabe exatamente o que aquilo representou. Essa meta vai permitir que você nunca pare e que também não seja distraído para outras ocupações secundárias. Você terá objetivos práticos a realizar sempre. Repare que, para chegar nesse ponto, foi preciso muito tempo de organização. Volto a repetir: isso não é tempo perdido que poderia ter sido investido em tempo de estudo. Tempo de organização vale mais que tempo de estudo, pois vai fazer cada hora de estudo ter mais eficiência.
  6. À medida em que estiver estudando, reavalie e adapte suas metas conforme necessário. É o ajuste fino.

Avaliando os conteúdos do edital

Especificamente sobre a vaga para cientista de dados, são cobrados conteúdos majoritariamente sobre tópicos relacionados a machine learning, deep learning, programação Python, frameworks (Tensorflow e Pytorch), visualização de dados, matemática e estatística. Você pode buscar estudar os conteúdos de cada bloco a partir de livros, vídeos ou ainda cursos prontos, mas tenha muito cuidado, pois muitas empresas e pessoas gostam de tirar proveito da demanda dos estudantes para criar materiais superficiais prometendo ser material de apoio para a prova. Fuja desses cursos. Recomendamos fortemente que você acompanhe portais sólidos focados em machine learning e ciência de dados, como o portal Didática Tech, que inclusive fez um adendo recentemente explicando que a maior parte do edital é coberta pelos 4 m´ódulos de machine learning com Python. Você também pode navegar gratuitamente pelos artigos do site, que constituem em uma série de aulas que irão fornecer uma excelente base teórica preparatória.

Exemplo prático de como revisar um conteúdo

Sobre as revisões, aqui vai um exemplo prático de metodologia: imagine que segunda feira você estudou o tópico A. Na terça, antes de iniciar o tópico B, primeiro você vai revisar o resumo do tópico A. Na quarta, antes de iniciar o estudo do tópico C, vai revisar o tópico B, e assim por diante. Então nessa semana você estudou os tópicos A, B, C, D, E (de segunda a sexta) e revisou uma vez cada um dos tópicos A, B, C e D. Faltou o E, que foi na sexta. Sábado, que será o último dia de estudo disponível na semana (caso hipotético), você precisa fazer o fechamento da semana, então deve revisar novamente todos os 5 tópicos estudados. Primeiro vai começar com o tópico E que ainda não havia sido revisado, depois vai revisar tudo de A a E.

Na próxima semana, você vai fazer a mesma coisa com os tópicos F, G, H, I, J. Mas no sábado, em vez de somente revisar os tópicos de F-J, vai revisar de A-J. Nessa revisão você vai reparar que muita coisa ainda não está solidificada. Separe os pontos mais fracos e revise-os no meio da terceira semana. Ou seja, em vez de estudar os tópicos K, L, M, N, O na terceira semana, estime que vai estudar apenas K, L, M, N, deixando um espaço vazio para a revisão extra. Quando terminar a semana, a revisão geral já vai cobrir de A-N.

Na quarta semana, a ideia vai ser a mesma, mas na revisão geral você pode se dar ao luxo de não revisar algo que considera que já está muito solidificado (digamos que seja os tópicos C e G). Porém coloque-os na revisão de duas ou três semanas à frente (nada pode ser abandonado, apenas realocado).

Esse exemplo de metodologia é apenas uma ilustração. Na prática você também pode revisar todos os dias todos os assuntos que viu naquela semana, ou ainda os assuntos acumulados de dois dias em cada dia. Isso vai depender de cada um, como sente que está sua memória.

O mais importante é fazer uma autoavaliação correta. Não se iluda, o resumo só está na sua cabeça se você consegue lembrar da resposta sem precisar olhá-la. Caminhe nessa direção.

Quando descansar

Sobre descanso, existem muitas dicas na internet de como separar horas de estudo x pausas, mas sinceramente acredito que isso é muito individual. Algumas pessoas precisam de mais descanso, outras menos. A dica principal aqui é não se sobrecarregar, e quem vai sentir isso é você mesmo. Se você está muito cansado mentalmente, pare, seu corpo está sinalizando que precisa de descanso. Se você ainda está com pique, continue, seu cérebro quer mais. Não se baseie em planos de terceiros como “nunca estude mais do que x horas sem y minutos de intervalo”. Cada pessoa é diferente. Minha experiência é estudar até a exaustão, e descansar quando meu corpo diz chega. Cada um deve se conhecer.

O que fazer nas v´ésperas da prova

Sobre as vésperas da prova, quem possui os resumos tem muitas vantagens. Por exemplo, um dia antes da prova é excelente para fazer uma bateria de revisões. Até mesmo o dia da prova pode ser um dia de revisões. Dessa forma seu cérebro estará super aquecido com cada um dos tópicos, com todo o conteúdo bem fresco. Nunca fui adepto à ideia de que “dois dias antes da prova você precisa relaxar e curtir” ou coisas do gênero. Meu envolvimento mental apenas aumenta à medida em que a prova se aproxima. Mas claro, se isso não funciona com você, faça do seu jeito. A boa performance acontece quando você está em ressonância biológica com seu organismo.

Dependência da banca avaliadora

Em relação à banca avaliadora, entenda que é fundamental se ater a ela. Cada banca possui seu estilo, e geralmente são as mesmas pessoas que elaboram as questões de uma mesma banca, então não perca muito tempo com questões de outras bancas, foque na Cebraspe sempre que possível. Inclusive, não é raro ter questões repetidas que já foram cobradas em outros concursos, ou ainda questões muito parecidas. Quem faz bem o tema de casa é recompensado.

Um detalhe sobre a Cebraspe é que ela elabora questões no formato certo/errado, com ponto negativo quando se erra. Então tenha o psicológico bem treinado para o dia da prova: não chute em vão. Pode ser que a prova venha mais difícil do que o habitual. Se vier, entenda que está mais difícil para todo mundo. Vale a pena se desesperar e sair chutando questões para contar com a sorte? Será apenas uma prova, uma amostra, caso você dê o azar de errar mais do que acertar nos chutes, isso pode comprometer sua aprovação. Recomendo sempre agir dentro do que você sabe, ser frio e calculista. Não deixe a emoção comer seus pontos.

Administração do tempo durante a prova

Um ponto que geralmente passa despercebido é o domínio do tempo na resolução da prova. É muito comum ficar apertado no tempo, especialmente quando há questões que envolvem cálculos. Em hipótese alguma você pode permitir que uma questão faça você perder outras. Isso é o que ocorre quando falta tempo.

Pessoas que estudaram muito geralmente atacam a prova com orgulho, querendo resolver tudo. De repente, aparece uma questão longa, cheia de detalhes. Depois de começar, é difícil querer abandonar, principalmente quando você sabe claramente o caminho da resolução. Mas isso não está certo, é uma armadilha. A estratégia que utilizei em relação ao tempo foi a seguinte:

À medida em que fui resolvendo a prova, caso uma questão levasse mais de 3 minutos, eu circulava e passava para a próxima. Se, em alguma questão, eu tinha dúvidas sobre qual seria a resposta certa, eu marcava a questão com um x e passava para a próxima. Dessa forma, eu não perdia tempo em resoluções longas ou confabulando sobre temas onde havia lacunas de conhecimento.

Depois de terminar a prova, eu retornava primeiro para as questões circuladas (maior probabilidade de eu acertar) e por último retornava para as marcadas com x. Essa estratégia simples permite que você dedique o tempo adequado que cada questão merece, sem comprometer outras. Imagine gastar 10, 15 minutos em uma questão sacana que a banca criou, ficando sem tempo para resolver questões que você sabia. É inadmissível. Seguindo a estratégia do tempo, você garante que, caso não dê tempo de concluir (pode acontecer dependendo do nível e do estilo da prova), pelo menos você deixou em branco apenas questões demoradas ou que não sabia.

Talvez você esteja se perguntando: como controlar 3 minutos por questão? Eu internalizei esse tempo resolvendo questões em casa com um cronômetro. Sempre que você for resolver questões mais longas, inicie um cronômetro ou um despertador de 3 minutos. Aos poucos você vai internalizar o tempo e ter uma boa noção de quando uma questão está levando tempo demais, antes que seja tarde.

Palavras finais

Muito bem, você já possui uma boa base para se organizar para o concurso Petrobras. Antes de colocar a mão na massa, lembre-se sempre de que seu único concorrente é você mesmo. Você estabelece a estratégia, as metas, os resumos. Você é quem deve cumpri-los. No dia é só você e a prova. Não há motivos para perder tempo pensando na concorrência. Deixe que a concorrência se preocupe com você. E que eles continuem fazendo concursos “até passar”, enquanto você simplesmente passa.